Nosso segundo dia no Norte Argentino começou cedo em Salta. Saímos com o carro alugado e seguimos pela Ruta 33 em direção a Cachi. O que a gente não esperava é que o caminho até lá fosse tão marcante quanto o destino.
Quebrada del Escoipe
A primeira parte da estrada passa pela Quebrada del Escoipe, uma região encantadora onde a estrada passa entre montanhas verdes e o rio que dá nome à quebrada. O cenário é único: uma vegetação rica, paredões rochosos e a sensação de estar totalmente imerso na natureza. Vale a pena parar para contemplar e fotografar.

Curiosidade aleatória: No caminho pela Quebrada del rio escoipe, estávamos ouvindo o jogo final da Copa do Mundo 2022 (Argentina X França). O rádio perdeu o sinal e paramos em um comércio local no meio das montanhas. Ali, os moradores nos acolheram para assistir ao jogo juntos e mesmo que parecesse contraditório e engraçado torcemos juntos e vibramos com a vitória dos Hermanos.(😂)
Cuesta del Obispo – curvas e altitude
Depois da Quebrada do Rio Escoipe, iniciamos a subida pela Cuesta del Obispo, um trecho sinuoso e panorâmico da Rota 33 que chega a 3.400 metros de altitude. A estrada acompanha o relevo das montanhas verdes, com mirantes incríveis e uma paisagem que muda a cada curva.

À medida que subíamos, a vegetação foi mudando, o ar ficando mais seco e o clima mais fresco. A estrada parecia nos transportar para outro ambiente — um caminho que ligava o verde dos vales ao início do altiplano andino, com horizontes amplos e silenciosos (cenário de filme).
Parque Nacional Los Cardones – e seus cactos gigantes
Logo depois da Cuesta, seguimos pela Recta Tin Tin, uma estrada reta que se estende por 19km, cortando a paisagem árida e silenciosa e nos levando até o Parque Nacional Los Cardones – um imenso campo de cactos gigantes, contrastando com montanhas e céu azul. É impossível não parar para fotos e sentir a grandiosidade da natureza.

Payogasta – charme andino na rota
Antes de chegarmos ao destino final, ainda fizemos uma breve parada no Paseo del Río Payogasta, um mirante à beira da estrada com vista para o vale e o leito seco do rio, cercado por vegetação rasteira e montanhas ao fundo. Um cenário simples, mas que rende belas fotos.

Cachi – cultura viva e hospitalidade
Chegamos a Cachi no final do tarde e logo nos apaixonamos pela atmosfera tranquila e acolhedora. Ruas de pedra, igrejas coloniais e a presença forte da cultura andina fazem de Cachi um lugar que parece parado no tempo.

A praça central é o coração do vilarejo, com suas árvores, bancos de pedra e aquele clima tranquilo que envolve tudo ao redor. Tudo ali convida a desacelerar: o jeito calmo das pessoas, o silêncio das ruas e a sensação de estar em um lugar onde o tempo passa devagar. É um daqueles lugares que faz a gente querer ficar e aproveitar cada momento com calma.

O que fazer em Cachi?
Caminhar pelo centro histórico: tudo é perto, seguro e lindo.
Visitar a Igreja San José: datada do século XVIII, feita com teto de cactos secos.
Museu Arqueológico de Cachi: com peças das culturas pré-colombianas dos Vales Calchaquíes.
Degustar vinhos locais: pequenas vinícolas nos arredores como Miraluna e Isasmendi.
Explorar trilhas e paisagens: ideais para caminhadas leves ao redor do povoado.

Quando ir a Cachi?
A melhor época para visitar Cachi é entre abril e outubro, quando as chuvas são raras e o clima estável.
Nos meses de verão (dez a março), pode chover mais e o calor é mais intenso durante o dia, mas as paisagens ficam mais verdes.
Se busca um clima fresco e céu limpo, maio a setembro é perfeito. No inverno, leve agasalhos: a temperatura pode cair bastante à noite.
Como chegar a Cachi?
De carro alugado saindo de Salta (180 km, cerca de 4h): o trajeto é belíssimo, com trechos sinuosos, mas bem conservado.
Também é possível ir com agências locais, em tours de bate-volta (menos recomendado, por ser corrido).
Não há transporte público regular até Cachi — o carro é a melhor opção.
Quantos dias ficar?
O ideal é passar 1 ou 2 noites em Cachi.
Com uma noite, dá para explorar o centro, visitar o museu e curtir o clima da vila.
Com duas noites, você pode incluir vinícolas e trilhas nos arredores.

Onde se hospedar em Cachi?
Cachi tem pousadas simples, rústicas e charmosas, perfeitas para quem busca aconchego e contato com a cultura local.
El Cortijo Hotel Boutique – charmoso, com estilo colonial e restaurante no local.
Hacienda de Molinos (nos arredores) – histórica, ideal para quem quer se hospedar em meio aos vinhedos.
La Merced del Alto – mais sofisticada, com vista para o vale e arquitetura típica.
Viracocha Art Hostel – ficamos hospedados nesse hostel e gostamos muito, opção econômica, tem um restaurante e fica bem localizado.

Após aproveitar a calma da cidade, encerramos o dia com um jantar no restaurante da pousada e uma noite de descanso. Na manhã seguinte, partimos, com aquela sensação de saudade e encanto por essa linda cidade.
Dicas para visitar Cachi:
✅ Leve agasalho especialmente no outono e inverno.
✅ Fique em pousadas locais, simples, charmosas e com boa comida.
✅ Explore a pé: o centro é pequeno e agradável.
✅️Visite vinícolas e sítios arqueológicos nos arredores.
Cachi é um daqueles vilarejos que surpreendem: charmoso, acolhedor e cheio de vida, mesmo nas ruas silenciosas de pedra. Suas casas brancas, o toque andino e o calor humano fazem dele um destino que encanta sem esforço. Um lugar que ficará em nossa memória para sempre.
Espero que você tenha se apaixonado pelo caminho e Cachi assim como nós. Se tiver alguma duvida me envia nos comentários que posso te ajudar!
👉 Leia também:
📌Roteiro completo pelo Norte Argentino
📌Cafayate – Vinhos e Paisagens
📌Purmamarca e suas montanhas coloridas
👉 Saiba mais: Visit Salta- Cachi